A tragédia do Rio Doce
De passagem por Governador Valadares/MG fiquei com o coração apertado.
Não me senti fotógrafo, mas testemunha ocular de um assassinato.
O antes caudaloso, generoso e belo Rio Doce agoniza lentamente em praça pública.
E um par de bucólicas fotos do entardecer tornaram-se evidências de um crime do capital privado contra a natureza, contra os brasileiros, contra a humanidade.
Crime este que segue impune, com a leniência do executivo federal e sob a proteção do judiciário, lépido a cuspir habeas corpus preventivos aos executivos da Samarco.
É de desanimar e de envergonhar.
Porque em breve, com a fragorosa vitória do egoismo, do individualismo e do poder do dinheiro sobre a coletividade e a fraternidade não haverá mais ocasos a fotografar - exceção ao nosso, subexposto retrato do rotundo fracasso de um estilo de vida predatório, monetarista e sectário.